“Soberba página” – classificou Manuel Bandeira esta carta de Gonçalves Dias sobre a grandiosidade da natureza amazônica. Foi escrita quando o poeta de “I-Juca Pirama” chegou a Manaus durante a visita que fez à cidade como etnógrafo da Comissão Científica de Exploração, em que atuou entre 1859 e 1862. Para Bandeira, esta “é a melhor prosa que nos deixou o poeta”, e comparou-a às mais altas páginas de José de Alencar, com “antessabor das de Euclides da Cunha”.

Manaus, 20 de dezembro de 1861

Principio agora com uma série de cartas,[1] tão longa cada uma delas que o nosso correio, segundo desconfio, não tas deixará chegar às mãos senão por intermitências. Se te chegarem constantemente, é que ele o fará de velhaco, pelo gosto de me dar um desmentido perante o respei­tável, tão pouco respeitado. Ainda bem […]