Em 11 de novembro de 1868, a espingarda que Castro Alves usava durante uma caçada nos campos do bairro do Brás, em São Paulo, disparou, atingindo-lhe o calcanhar direito. O poeta viajaria ao Rio de Janeiro para se tratar, acolhido pelo amigo Luiz Cornélio dos Santos, a quem pede socorro nesta carta.

[São Paulo, 1º de dezembro de 1868]

Meu caro Luiz,[1]

Estou, há vinte dias, de cama, de um tiro que dei em mim, por acaso. Este desastre caiu-me na pior ocasião. Bem vês que eu não podia escrever, e nem mandar por outro es­crever para minha família isto, e só alguns dias depois é que tive portador seguro que foi […]

Em 22 de fevereiro de 1868, o Correio Mercantil publicara uma carta de José Alencar a Machado de Assis, escrita no dia 18 do mesmo mês, apresentando-lhe Castro Alves, que, então com 21 anos de idade, visitava o Rio de Janeiro. Esta carta que se reproduz aqui e que seria publicada no Correio Mercantil em 1º de março do mesmo ano contém a consagradora resposta do romancista de Dom Casmurro.

Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1868

Excelentíssimo senhor,

É boa e grande fortuna conhecer um poeta; melhor e maior fortuna é recebê-lo das mãos de vossa excelência, com uma carta que vale um diploma, com uma recomendação que é uma sagra­ção. A musa do senhor Castro Alves não podia ter mais feliz introito na vida literária. Abre os olhos em pleno […]

Em 1868, Castro Alves viajou para o Rio de Janeiro com a atriz Eugênia Câmara, por quem se apaixonara no Recife. Fora recomendado a José de Alencar, que, nesta carta, publicada no Correio Mercantil em 22 de fevereiro, apresenta o poeta de “O navio negreiro” a Machado de Assis.

Tijuca [Rio de Janeiro], 18 de fevereiro de 1868

Ilustríssimo senhor Machado de Assis,

Recebi ontem a visita de um poeta. O Rio de Janeiro não o conhece ainda; muito breve o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo do Brasil que sente; do coração e não do resto. O senhor Castro Alves é hóspede desta grande cidade, alguns dias apenas. Vai a […]