Mensagem do Brasil
Quando o mundo começava a amargar os horrores da Segunda Guerra Mundial, o húngaro Paulo Rónai se dedicava, solitário, a aprender português em sua terra natal. Mais que isso: ele traduziria 33 poemas de 23 poetas brasileiros, reunidos na publicação Brazilia Üzen: Mai Brazil költök [Mensagem do Brasil: os poetas brasileiros da atualidade]. Aquela era a primeira vez que, na Europa Central, “liam-se versos brasileiros e se podia entrever a existência do Brasil, até então só conhecido como produtor de café”, afirma ele. A inédita iniciativa intelectual, reconhecida pelo então presidente Getúlio Vargas nesta carta, foi uma espécie de passaporte para o professor e tradutor fugir dos campos de concentração em direção ao Brasil, sua pátria por adoção.
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 1939
Ao Senhor Professor Paulo Rónai.
Tenho a satisfação de acusar o recebimento do vosso livro Brazilia Üzen [Mensagem do Brasil], contendo poesias brasileiras traduzidas para o idioma húngaro, que, com uma amável carta, […]