Amigos, Mário de Andrade e Moacir Werneck de Castro conviveram intensamente entre julho de 1938 e fins de fevereiro de 1941, período em que o primeiro morou no Rio de Janeiro, sofrendo de inadaptação e solidão. De volta a São Paulo, cartas, como esta, de certa maneira substituíam as longas conversas na Taberna da Glória, quase em frente ao apartamento que Mário alugava na rua Santo Amaro, 5, no mesmo bairro da Glória.
São Paulo, Reis [6 de janeiro] de 1942
Moacir,
Deixei de responder mais cedo à sua última carta, muito deliberadamente. Desta vez o “missivista exemplar” estava carecendo de não escrever a certos amigos mais certos. Se escrevesse, mentia. Vocês já estão arquissabidos de que eu estava no fim de um período de desequilíbrio, e eu com vergonha de feitas as promessas e as […]