Amigos desde a infância, em Belo Horizonte, Fernando Sabino e Hélio Pellegrino mantiveram entre si – e com Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, com quem formavam o grupo dos “quatro cavaleiros de um íntimo apocalipse” – constante e divertida correspondência, como prova esta carta escrita pelo autor de O encontro marcado.
Rio [de Janeiro], 7 de junho de 1945
Hélio,
Vou te escrever uma carta amanhã. Uma carta mesmo de verdade, para o Murilo [Rubião] levar. São três horas da manhã, estou cansado.
Fiquei comovido com sua Carta-Poema. Você é um grande poeta, um grande amigo, um grande sacripanta.[1]
É engraçado, Hélio, não há meios de segurar o tempo, e eu queria […]