Com um olhar sobre a violência neocolonial no continente africano, André Rebouças parte do Brasil para se estabelecer como engenheiro em Angola, atuando na construção de estradas de ferro e na introdução da lavoura de café. Permanece pouco mais de um ano na África do Sul, de onde escreve para seu amigo, Alfredo Taunay. Leitor e amante dos clássicos gregos, que vão de Homero, Ésquilo a Sócrates, Rebouças comenta sobre astronomia e sua ação enquanto professor de cálculo na terra de seus ancestrais.
4 de abril de 1893
Meu querido Taunay,
Parece-me que minhas cartas, durantes a crise de mudança do Transvaal para Cape Town, foram por demais negras e africanas: porque, a 16 de fevereiro, escreveu: “Libertando-se da opressão do continente negro e mártir, do qual não tens colhido senão combates estéreis e angustiosas decepções”.