Gonçalves Dias permaneceu na Europa, em missão oficial do governo brasileiro para estudos e pesquisa, de 1854 a 1858. Era dom Pedro II quem patrocinava os projetos, especialmente aqueles de documentos relativos à história do Brasil, no país e no estrangeiro, além de reunir, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) um grupo de intelectuais dinâmicos. Em 1856, o poeta viajou para a Alemanha e, indo a Leipzig, em 1857, entra em contato com o livreiro-editor Brockhaus, que editará, no mesmo ano, três livros do poeta: Cantos, Os Timbiras e o Dicionário da língua tupi, idioma que o imperador chegou a estudar.
Dresden, 4 de março de 1857
Meu senhor,
A bondade suma de vossa majestade, dignando-se permitir-me que alguma vez ouse dirigir minhas cartas a vossa majestade, faz com que eu abuse dessa tão honrosa, quanto, na minha humildade o confesso, pouco merecida distinção.
Demorei-me em Dresden estes dois meses para me familiarizar com a língua alemã, e também porque na proximidade […]