Entre a solidão no momento de deixar Paris, onde assumira em 1963 o posto diplomático de delegado do Brasil junto à UNESCO, e os planos para sua chegada ao Brasil, Vinicius de Moraes escreve a Tom Jobim sobre o estado de espírito que o deixa inquieto.
Porto do Havre [França], 7 de setembro de 1964
Tomzinho querido,
Estou aqui num quarto de hotel que dá para uma praça que dá para toda a solidão do mundo. São dez horas da noite e não se vê viv’alma. Meu navio só sai amanhã à tarde e é impossível alguém estar mais triste do que eu. E, como sempre nestas horas, escrevo para […]