Hélio Pellegrino, amigo de toda a vida de Otto Lara Resende, lhe envia, de Minas, esta carta escrita em dois momentos diferentes, que vão do desespero à esperança. A profunda angústia do primeiro resultaria em “Prosa de 24 de agosto de 1947”, transposição desta carta para versos, que podem ser vistos aqui na galeria de imagens.
Belo Horizonte, 24 de agosto de 1947
Meu querido Otto,
Estou a escrever-lhe num dos momentos mais definitivos da minha vida, num desses momentos em que o cálice das tristezas parece que vai transbordar. Hoje, Otto, neste agora, neste momento, a minha angústia é tamanha, o meu sofrimento é tão alto, que tudo o mais […]