O golpe de 10 de novembro de 1937, que instaurou o Estado Novo no Brasil, levou o jornalista Júlio de Mesquita Filho ao exílio pela segunda vez. Refugiado em Paris, para onde a mulher e os três filhos seguiriam ao seu encontro, só voltaria ao Brasil em 1943. De Buenos Aires, onde morou depois de deixar a capital francesa, e já desgastado pela longa ausência, escreve esta carta à mulher, no Rio de Janeiro.

Buenos Aires, [1940]

Marina,

Todas as perguntas que você me formulou, ontem, eu já as havia antecipadamente respondido na minha última carta. Nada ficou sem respostas, nem mesmo o que eu penso do futuro e o que penso fazer daqui por diante. É curioso que vinte anos de convívio de todos os instantes não tenham sido o bastante […]

Esta é a carta-resposta de Drummond ao pretendente de sua única filha, Maria Julieta. Ela se casaria com Manuel Etcheverry, chamado de Manolo, nesse mesmo ano de 1949, e com ele teria três filhos: Carlos Manuel, Luís Maurício e Pedro Augusto Graña Drummond.

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1949

A Manuel Graña Etcheverry,

Meu amigo – não estranhe que o chame assim, dado o vínculo afetivo que se estabeleceu entre nós, sem sequer nos conhecermos –, aqui tenho sua carta de 24 de setembro, que minha mulher e eu lemos com o mais justificado interesse. Embora não dissesse nada de substancialmente novo sobre o […]

De volta ao Rio de Janeiro, depois de uma viagem à Europa, Rui Barbosa escreve à noiva sobre as saudades e a expectativa do casamento, que se realizaria no dia 23 desse mesmo mês de novembro.

Corte [Rio de Janeiro], 3 de novembro de 1876

Minha adorada noiva do coração,

Recebi as tuas duas últimas cartinhas, cuja data não menciono, porque escrevo-te do escritório, onde não as tenho presente.

Ambas me encantaram, mas especialmente a segunda, em que respondes às minhas cartas relativas ao nosso próximo casamento. As duas linhas que a propósito disso me diriges encerram em si tal […]

Gonçalves Dias conheceu Ana Amélia em 1846, no Maranhão, e, fascinado por sua beleza, por ela se apaixonou quando a reencontrou cinco anos depois. Por meio desta carta, fez o pedido de casamento à mãe da moça, Lourença Ferreira do Vale, que o recusaria por causa da origem bastarda e mestiça do pretendente à sua filha. Ao receber a negativa, breve e dura, em quatro linhas, o poeta escreveu o antológico poema Se se morre de amor”. Gonçalves Dias sofreria dessa desilusão até o fim da vida.

[São Luís, 1851]

A dona Lourença Ferreira do Vale,

Estou por momentos à espera do vapor, em que hei de partir para o Ceará: por este motivo, e porque a minha demora já tem sido bastante longa, não posso ir a Alcântara pedir-lhe as suas ordens nem para falar-lhe de um negócio que me interessa, e sobre o […]

Gonçalves Dias conheceu Ana Amélia Ferreira do Vale em 1846, no Maranhão, e, fascinado por sua beleza, por ela se apaixonou quando a reencontrou cinco anos depois. Sabendo-se correspondido, venceu a timidez e pediu-a em casamento à mãe da moça, Lourença Ferreira do Vale. Apreendendo a recusa, nesta carta mostra sua insegurança a José Joaquim Ferreira do Vale, seu amigo e irmão de Ana Amélia.

São Luís, [1851]

Pedi dona Ana Amélia à tua mãe; mas antes de tudo convém dar-te uma explicação. Não te quero envolver neste negócio, porque sei que é de si melindroso: não te queria falar dele senão quando estivesse feito ou desfeito. Então era um dever, um dever de amizade para contigo, um dever de cortesia para com […]