Foi com esta carta escrita depois da experiência da perda do pai, o médico Braz Pellegrino, que Hélio Pellegrino o homenageou. Tão lúcido quanto humano e afetuoso, o depoimento reflete a ternura do sentimento de filho na véspera da data de aniversário do pai, morto aos 63 anos, no dia 15 de dezembro de 1969.
S.l., [21 de agosto de 1970]
Pai,
Amanhã, dia 22 de agosto, é seu aniversário. E você está morto. Pela primeira vez você aniversaria, estando morto. Isto quer dizer: você, em verdade, não aniversaria, você está além do tempo, fora dele, imerso na eternidade. Você, que já morreu, isentou-se do tempo, não aniversaria mais, nem morre mais. Você está maduro, cumprido, […]