Rio [de Janeiro], 9 de dezembro de 1982
Meu caro Boal,
Recebi tua carta. Fica tranquilo – foi a primeira. Você não escreveu outra. Gostei de receber esta. Estimo que você melhore logo. Para isso é fundamental não ir ao médico, claro. Sobretudo não deixar que eles te estudem. Sempre penso, quando vejo essas istórias de coração artificial – plástico –: será que o cara tava precisando mesmo? Ou os doutores decidiram que ele precisava? Em suma, leva na galhofa que a saúde volta.
Um grande abraço do oprimido (!)
Millôr
Acervo Augusto Boal