Entre Armando Freitas Filho e Ana Cristina Cesar estabeleceu-se uma relação “intensa e produtiva” e de “confiança pessoal e literária”, segundo o poeta. Mesmo morando na mesma cidade, tinham o hábito de trocar cartas, como esta.

Rio [de Janeiro], 4 de janeiro de 1982

Ana Colorida,

Você é um caleidoscópio ou o quê? Quando entra, nas Residências Leonor, (tinha que ser no plural sua casa), múltipla, globe-trotter,[1] a vizinhança não se espanta diante de suas sandálias de sete léguas, de suas alpargatas sete vidas, de seus sapatos sete fôlegos?

Ana ubíqua, dúbia loura, acabará se casando com […]