No dia 24 de julho de 1859, um barco francês que vinha de Argel desembarcou em Fortaleza, no Ceará, trazendo catorze camelos. A ideia de substituir bois pelos exóticos animais foi do barão de Capanema e do poeta Gonçalves Dias, integrantes da Comissão Científica de Exploração, patrocinada por dom Pedro II e depois, por seu insucesso e desperdício de gastos, conhecida como Comissão das Borboletas. A substituição, ridicularizada por ter provocado a morte de um dos animais, gerou polêmica, como mostra esta carta de Gonçalves Dias ao sogro, a quem trata por pai. O poeta integrou a comitiva na condição de etnógrafo, conforme se lê em artigo da Brasiliana Iconográfica.
Ceará, 20 de abril de 1859
Meu bom pai e amigo,
Escrevi-lhe por este paquete, mas com data bem atrasada porque as mandei lançar no correio na véspera da minha partida para Aratanha, onde fui agradecer à família Costa o obséquio que por nossa conta prestou ao pobre Assis. Agora, isto é, neste mesmo momento, recebo a sua de 6 de […]