Gonçalves Dias conheceu Ana Amélia Ferreira do Vale em 1846, no Maranhão, e, fascinado por sua beleza, por ela se apaixonou quando a reencontrou cinco anos depois. Sabendo-se correspondido, venceu a timidez e pediu-a em casamento à mãe da moça, Lourença Ferreira do Vale. Apreendendo a recusa, nesta carta mostra sua insegurança a José Joaquim Ferreira do Vale, seu amigo e irmão de Ana Amélia.

São Luís, [1851]

Pedi dona Ana Amélia à tua mãe; mas antes de tudo convém dar-te uma explicação. Não te quero envolver neste negócio, porque sei que é de si melindroso: não te queria falar dele senão quando estivesse feito ou desfeito. Então era um dever, um dever de amizade para contigo, um dever de cortesia para com […]