A troca de cartas entre Vinicius de Moraes e Chico Buarque a respeito de Valsinha mostra como foi a parceria para essa canção que encantou o público. Gravada por Chico no elepê Construção, de 1971, recebeu, no mesmo ano, as interpretações de Ângela Maria, no elepê Ângela, e do grupo MPB-4 em De palavra… em palavra…

Mar del Plata, 24 de janeiro de 1971

Chiquérrimo!

Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três ideias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio morava […]

Em um encontro de Vinicius de Moraes, Otto Lara Resende e Fernando Sabino na casa do último, em outubro de 1944, o poeta carioca leu e criticou alguns textos de Otto, tomados como exemplo da alma contida, sufocada e bem-comportada dos mineiros. A análise de Vinicius convenceu os amigos da necessidade de mudança nesse panorama literário, o que o levou a escrever esta carta polêmica publicada em O Jornal, do Rio de Janeiro, no dia 5 de novembro de 1944.

Há uns dez pares de dias, ó escritores de Minas Gerais, uma conversa noturna que se iniciou num bar em Copacabana levou-me à casa de um jovem conterrâneo vosso, um prosador novo dessas terras altas, e, apraz-me dizer, um dos melhores e mais bem aquinhoados pela humanidade e pelo espírito. Com ele se achava outro […]

Casado com a atriz baiana Gessy Gesse, sua sétima mulher, o poeta Vinicius de Moraes viveu em Salvador entre 1973 e 1974. Sua moradia na praia de Itapuã, de onde escreve ao amigo Otto Lara Resende, lhe inspirou o poema “A casa”, mesmo título do livro publicado em 1975.

Salvador, Itapuã, 24 de janeiro de 1973

Otto, meu santinho,

Entreguei à menina o máximo de material que pude. Acho que para uma página dá e sobra, e haverá mesmo embarras de choix.[1] Controle a revisão, por favor, que é para não sair alguma cagada, embora eu saiba que a de vocês é ótima.

Estive no Rio por um dia, […]