Donde se vê que o mestre dos mestres, Machado de Assis, era genial e propositadamente perverso, sem olhos para a bondade humana, para o lado delicioso da vida, que ele enxergou sempre como um mal, não obstante a suavidade com que ela lhe correu, com um anjo que lhe soube “pôr um mundo num recanto” e cuja bondade deveria ter temperado a sua tendência constitucional para a análise das chagas hu­manas. Capitu, Brás Cubas e Quincas Borba são figuras de exceção no cenário da vida. O mestre pintou-as com a delícia de uma forma impecável, vazada em linguagem de correção clássica, mas nem sempre consoante com a verdade da exis­tência humana.