A vida é alguma coisa de mais desordenado, de menos matemático, cheia de imprevistos, em que as situações modificam os tem­peramentos, revolvem os caracteres, alteram as feições indivi­duais, por mais definitivas que elas pareçam. O menino nem sempre denuncia o homem, este quase nunca é um desenvolvimento lógico daquele. Isto porque, no mundo moral, afora as tendências mórbidas drenadas no sangue de diversas gerações, o que predomina é o “momento”. É o estado psi­cológico “atual”, que a sabedoria popular consagrou no aforismo “a ocasião faz o ladrão”.