[Itália, 15 de março de 1877]

Condessa,

Hoje deixo a Itália sentindo que você não a tivesse percorrido em minha companhia. Felizmente daqui a um mês estarei aí, e se você quiser que de boas conversas teremos! Creia que as saudades crescem todos os dias – o mato custa a romper – e muita falta me têm feito suas cartas que julgava seriam mais frequentes à medida que eu me aproximasse. Quem sabe se hoje não chegará uma; porque você agora escreve-me – vá lá uma francesice! – à tour de rôle.[1] Adeus! Hoje estou um pouco mau – embora a culpa seja de você –, e por isso aqui termino. Não sabe a raiva que me fez de receber jornais de ontem de Paris e nem uma linha de você. Mas não vá ter medo de nosso encontro e fugir ainda mais de quem já estimou tanto. Com efeito, é preciso que eu largue esta pena que eu quereria que tivesse penas como um pas­sarinho para voar até – bem sabe onde.

Adeus! Diga à nossa amiga madame Plavat que não esqueci Morin e sua fa­mília em Veneza. Lembranças especialíssimas à nossa amiga mrs. Maude, cujo nome não sei, se dela vi com prazer em Ravenna – e dando meu abraço a nosso caro rapaz lembre-se de

Seu e sempre seu

Alcindo Sodré. Abrindo um cofre. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1956, p. 208.

[1] N.S.: Na sua vez.