Aos 62 anos, o já consagrado Drummond relembra episódios da infância vividos com o pai Carlos de Paula Andrade, presente em alguns de seus poemas e crônicas drummondianas. Nesta carta/crônica, publicada no jornal carioca Correio da Manhã, onde o poeta e cronista colaborou três vezes por semana durante 15 anos, ele recorda afetuosamente uma preciosa lição do pai que não pôde ser cumprida: “o essencial em duas palavras”.
[Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 1964]
Às vezes o senhor me chamava para seu secretário, e isso me enchia de orgulho. Eu pequeno, o senhor tão grande — maior que um homem comum aos olhos de qualquer menino. Tudo no lugar era pequeno e doméstico, e o senhor, sim, era grande — começa […]