Cajá
Estou por aqui. Por sua terra forte e maravilhosa. Sabidamente mais que eu. Me desculpe a ausência. Embora ela seja somente física. E determinada por uma covardia estúpida bem sei. Mas que abrigada no meu interior, me impede gestos maiores e mais amplos. Isso tudo me faz sentir extremamente inferior perto de pessoa como você.
Mas, já lhe disse, a ausência é só física. Cada momento de sua vida eu acompanho num misto de admiração, respeito e sei lá mais quê.
Que Deus e sua força nunca estejam ausentes. Que Ele sempre lhe proteja. Que Ele sempre vele por seus minutos. Estou rezando por você. E confio no futuro. E na Justiça.
Ainda iremos nos encontrar. Esteja certo.
Perdoe minha fraqueza.
Muita perseverança. Muita força. Muita [paciência], meu irmão.
Elis Regina
Carta publicada na Revista Continente, nº 172 (abril/2015).